Direcionada ao público interno, a contabilidade gerencial, quando usada do jeito certo, tem o poder de transformar negócios.
Trata-se de um serviço que vai além das obrigações básicas na relação empresa-governo, o tipo de rotina contábil com a qual estamos acostumados a lidar.
Seu papel é muito mais estratégico no sentido de subsidiar decisões nos mais diferentes aspectos, desde planos orçamentários a projetos de investimentos.
Avance na leitura e entenda como a contabilidade gerencial pode ser uma ótima oportunidade de negócios também para o seu escritório.
O que é contabilidade gerencial?
Contabilidade gerencial é um dos segmentos da contabilidade e tem como objetivo fornecer aos gestores informações de qualidade para embasar a tomada de decisão.
Por meio de análises construídas (inclusive através da inteligência artificial), dados aparentemente desconexos e sem valor se transformam em relatórios ricos em informação.
A contabilidade gerencial é diferente da contabilidade fiscal, que foca em cumprir as determinações legais e regulatórias, ou da contabilidade financeira, destinada a informar o público externo.
Trata-se, portanto, de uma ferramenta de gestão que pode ser dimensionada e adaptada à realidade de diferentes perfis de empresas.
No contexto dos escritórios contábeis, está diretamente ligada à contabilidade consultiva, um nicho que tem ganhado cada vez mais evidência entre os profissionais da área.
Qual é a importância da contabilidade gerencial?
Ao capturar os dados produzidos pela escrituração contábil e transformá-los em relatórios e informações de fácil leitura e compreensão, a contabilidade gerencial dá ao gestor uma visão muito mais clara sobre a performance do negócio.
Dependendo de como os dados são extraídos, tratados e analisados, é possível ter um raio X completo do negócio, considerando todo o ciclo operacional e financeiro.
Uma das maneiras de obter uma visão holística e ao mesmo tempo aprofundada é por meio de indicadores de desempenho, função que a contabilidade gerencial pode desempenhar.
Veja alguns exemplos.
Indicadores de lucratividade
Os indicadores de lucratividade são ótimos instrumentos para guiar a tomada de decisões do seu cliente, seja na precificação de produtos e serviços ou na redução de custos e despesas.
Os principais são:
- Margem de lucro (bruta e líquida)
- Retorno Sobre o Patrimônio Líquido (ROE)
- Retorno Sobre Investimento (ROI)
- Relação dívida/patrimônio
- Índices de liquidez corrente.
Indicadores de qualidade
Os indicadores de qualidade, apesar de não estarem diretamente ligados à rotina contábil, também podem ser usados dentro de uma estratégia de contabilidade gerencial.
Afinal, um desempenho operacional aquém do esperado certamente reflete no caixa e nos indicadores financeiros.
A ideia é fazer uso dos indicadores de qualidade, caso a empresa de seu cliente disponha, a fim de conjugar os dados com as informações contábeis.
Os principais são:
- Índice de satisfação do cliente
- Índice de reclamações
- Taxa de rejeição
- Taxa de devolução
- Tempo de atendimento ao cliente, entre outros.
Perceba que, a partir de diferentes fontes de dados, você pode criar e propor soluções em contabilidade gerencial que vão além dos números.
Qual é a diferença entre contabilidade financeira e gerencial?
A contabilidade gerencial, como vimos, tem como propósito produzir relatórios e análises gerenciais para o público interno da empresa, como diretores, gerentes e administradores.
Trata-se de um serviço dedicado a monitorar a performance do negócio, não apenas no aspecto financeiro, como também operacional.
A contabilidade gerencial pode captar dados de diferentes setores de uma empresa, como departamento de produção, vendas, marketing, recursos humanos, entre outros.
A contabilidade financeira, por outro lado, destina-se ao público externo, como investidores, credores, fornecedores, etc.
Sua função é registrar, classificar e resumir as transações financeiras de uma empresa de modo a informar os stakeholders sobre a saúde do negócio.
É função da contabilidade financeira, portanto, produzir relatórios padronizados que incluem:
- Balanço patrimonial
- Demonstração de Resultados de Exercício (DRE)
- Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC), entre outros.
Um investidor interessado em investir em uma empresa, seja ela startup ou uma S/A, certamente levará em consideração as informações da contabilidade financeira.
O mesmo acontece em uma operação de crédito solicitada em uma instituição financeira.
Em resumo, a contabilidade gerencial tem como função munir de informações o gestor e sua equipe interna, ao passo que a contabilidade financeira atende aos interesses do público externo.
E a contabilidade fiscal?
A contabilidade fiscal, por sua vez, é uma área da contabilidade dedicada a garantir que a empresa cumpra com suas obrigações principais e acessórias.
Nos escritórios de contabilidade, esse serviço é o mais recorrente, considerando que toda empresa precisa de um contador para responder pela contabilidade perante o Fisco.
No entanto, cada vez mais o mercado enxerga na contabilidade gerencial e consultiva um valor que vai além do cumprimento de regras.
Como aplicar a contabilidade gerencial nas empresas?
Se você já presta os serviços básicos de contabilidade fiscal e quer aumentar o portfólio de serviços, oferecendo também contabilidade gerencial, algumas dicas são:
Entenda seu cliente
O primeiro passo é entender as necessidades do seu cliente para pensar um produto que faça sentido.
Empresas optantes pelo Simples Nacional, por exemplo, têm demandas contábeis diferentes das que fazem parte do Lucro Real.
Um gestor preocupado com a qualidade certamente têm mais necessidade de implantar indicadores de performance ou ferramentas de business intelligence do que um microempreendedor individual.
Leve isso em conta antes de seguir adiante.
Formate seu produto
Com os clientes mapeados, o passo seguinte é formatar o tipo de produto dentro do contexto da contabilidade gerencial.
A solução pode ser personalizada para oferecer:
- Análise de desempenho, considerando geração de caixa e indicadores de rentabilidade e lucratividade
- Planejamento orçamentário, considerando projetos específicos ou a operação da empresa como um todo
- Controle de custos e despesas
- Análise de investimentos, levando em conta a viabilidade de determinado projeto, seus riscos e expectativas de retorno.
Você pode criar produtos customizados, caso seu público-alvo seja empresas de médio e grande porte, que demandam soluções sob medida, ou padronizados por ferramentas digitais, caso queira oferecer contabilidade gerencial automatizada e escalável.
Faça um combo com a contabilidade consultiva
Outra dica é oferecer a contabilidade gerencial junto com a contabilidade consultiva, uma área da contabilidade que se concentra em orientar o cliente a tomar as melhores decisões.
A contabilidade consultiva pode atuar em diferentes frentes, como planejamento tributário, análise orçamentária, gestão de risco ou análise de viabilidade de projetos.
Ao prestar consultorias contábeis a seu cliente, você poderá incluir no pacote de serviços a contabilidade gerencial, que contribuirá ainda mais com a riqueza da informação.
Dicas de livros sobre contabilidade gerencial
Se você quer saber mais sobre contabilidade gerencial e como agregar esse tipo de serviço à prateleira do seu escritório contábil, confira algumas sugestões de livros.
- “Contabilidade Gerencial”, de Peter Atrill e Eddie McLaney: usado como referência por profissionais do mercado, é também adotado em cursos de graduação e pós-graduação
- “Introdução à Contabilidade Gerencial”, de José Carlos Marion e Osni Moura Ribeiro: aborda os principais mecanismos da contabilidade gerencial bem como os procedimentos necessários ao bom gerenciamento de qualquer tipo de organização
- “Contabilidade Gerencial”, de Garrison, Eric W. Noreen e Peter C. Brewer: ensina como obter as informações necessárias para os planos de ação, as atividades de controle e as tomadas de decisão
- “Práticas de contabilidade gerencial”, de Costa Rodrigo Simão: analisa desde questões internas e custos fixos de uma empresa às influências de mercado no momento de tomada de decisão.
Terceirize o operacional e foque na contabilidade gerencial
Além de satisfazer o Fisco com a contabilidade fiscal básica, o contador tem muito a oferecer a seus clientes com a contabilidade gerencial, como vimos ao longo deste post.
Para que isso seja possível, no entanto, você precisa se desgarrar das atividades rotineiras para focar no que realmente importa.
A boa notícia é que, nesse aspecto, a Fábrica de Contabilidade pode ajudar.
Como especialistas em produção contábil, assumimos todas as demandas operacionais dos seus clientes para você ter tempo de oferecer serviços de alto valor agregado.
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